sexta-feira, 29 de julho de 2011

o que aprendi em Pernambuco I - sobre o frio no pé e pé frio.

por causa de amigos e por causa de lugares, a viagem que fiz até pernambuco alguns dias atrás não será esquecida, nem tão cedo, nem tão tarde. não será esquecida nem tão nunca. várias coisas aprendi em pernambuco, hoje eu vou falar de algumas delas. especificamente, falarei de azar, e como eu nunca mais vou duvidar de sua existencia. eu não viajei sozinho, é claro, e uma das amigas que me acompanhou hoje pode dar testemunho em qualquer igreja de esquina, pregando que passou uma semana atormentada por um encosto e sobreviveu, com a graça de Deus nosso senhor aleluia. e eu assino embaixo. porque só pode ter sido encosto. e, se ela sobreviveu, cara, foi jesus que iluminou, com certeza eu digo, meus irmãos (gloriadeus). quando, na noite anterior, conversavamos sobre assombrações e sobre o que acontecia quando batiam as três horas da manhã, éramos inocentes, e não sabiamos que estavamos brincando com o supremo e definitivimo mal. desedenhamos, então. pobres de nós. e nossa inocencia continuou tarde adentro, quando descendo uma ladeira, a sandália de minha amiga torou. puro acaso, pensamos, aqui, tome a minha. e segui o caminho descalço. estavamos perto de casa. nesse meio tempo, manchas surgiram em sua pele. tudo bem, alergia ao frio ou ao clima estranho, quando acostumar passa, tal qual essa tosse. vamos, vamos ao show, pegue sua camera, pegue seu celular. a van sai as nove, vamos. fomos. ela levou a camera e o celular, mas como fosse perigoso leva-los até a praça lotada, ela tomou uma decisão (e a anunciou em alto e bom tom) "vou deixar aqui no banco da van. não faz perigo". fomos ao show. praça lotada. depois eu falo do show, numa conversa menos sombria. que bom que ela não levou a camera, nos viramos com outros celulares para guardar recordações. curtimos, dançamos voltamos. encontramos a rua, encontramos a van, encontramos o banco, não encontramos o celular nem a camera. nem no banco, nem na van, nem na rua. o bolso do motorista ninguém olhou, detalhes, meu caro, detalhes. sem sandalia, sem camera nem celular, nós reflitiamos sobre tanto azar e sobre seus possíveis motivos enquanto as manchas no rosto e no corpo de nossa amiga se tornavam mais sérias. pensando em sua saúde e em maldições de outro mundo, resolvemos passar no pronto socorro. "é só uma alergia, tome essa injeção" tudo bem. dor na bunda, palidez, ao menos as manchas parecem estar sumindo, vamos jantar. jantamos e congelamos, mas isso era bom. as manchas também pareciam gostar do frio, pois voltaram. ok, estavámos assustados, voltamos ao UPA. novo turno, novo médico, novo diagnóstico. catapora "mas eu tomei a vacina!" catapora "mas" CATAPORA. casa, agora. ok, alguma coisa pegou no pé dela e não quer soltar. reza braba e sal grosso, mas, por enquanto, vamos te mandar de volta pra casa. explicar pra sua mãe superprotetora que estava doente e porque estava ligando de outro celular: uma aventura a parte. não foi fácil, acalmamos a mãe dela. sempre a uma distancia segura, é claro. andavamos abraçados minutos atrás, mas agora, bem, ela está com catapora. é melhor não arriscar. e assim voltamos pra recife. rodoviária, 12:30, o proximo onibus sai uma hora, fila pra comprar passagem. 12:45, 12:50, 12:55, 13. só no proximo, 15 horas, tudo bem, a gente almoça aqui. nesse momento estávamos todos desesperados, rezando para totens e jejus, esperando por allah pra nos salvar dessa ZICA SEM FIM MEU AMIGO QUE BRUXARIA SERIA AQUELA? estavamos apavorados. 15 horas, ela pega o onibus. ela está indo pra casa, com sua catapora e seu pé frio, mas sem camera nem celular. estamos, finalmente, em paz. 4 horas e ela estaria em natal, com seus pais. fomos curtir o resto do dia.






PS.: 22h, chegamos em casa, ela avisa "gente, uma ponte caiu. não tô nem em joão pessoa ainda".
baseado em fatos reais.

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