terça-feira, 8 de junho de 2010

preconceito

não vou ser hipócrita de negar, eu tenho preconceito sim. ativistas, tenham calma, não tenho nada contra cor de pele ou classe social. o meu preconceito é diferente e eu o ostento até com certo orgulho, com uma empinada no nariz e um "que" de arrogância na voz. o que eu não suporto é mal gosto musical. preconceito musical é um sentimento estranho pra um habitante de uma cidade que consome quase 100% dos seus royalties de petróleo em um mês de diversão gratuita, com muito forró, com muita swinguera e, mais do que nunca, com muito tecnobrega. mas enfim, mesmo sob condições adversas, talvez por causa da minha criação, talvez por causa de alguma herança congênita, talvez por desígnio divino, eu tenho preconceito musical. não é que eu não suporte as letras deprimentes do axé, o ritmo repetitivo do forró ou a falta de competência musical de quem escreve uma música de tecnobrega. não é que eu fique agoniado quando os sertanejos começam a chorar (cantar, sei lá), não é que eu tenha espasmos sempre que me dizem (e me dizem com frequencia) que o rebolation é a nova sensação. bom, talvez seja isso mesmo. por favor, não pensem com isso que eu sou um adolecente pseudo revoltado. adolescentes pseudo revoltados também estão inclusos na minha lista de desprezo. essa lista vai muito além de nx zero, fresno e emoponto, incluindo também, sei la, cine e restart. pop também me desagrada, pra mim a beyoncé é só gostosa e a lady gaga ofendeu o fredie mercury quando citou o nome dele. rap e hip hop? das coisas que eu citei, é o que mais se aproxima de arte, pois às vezes contam histórias de vidas e tem rimas elaboradas. outras vezes falam de assaltos, de sexo e de dinheiro. funk é a mesma coisa, muda só a batida, e também não tem rimas elaboradas. não vou perder meu tempo falando do brega. não gosto dos cantores lançados pela disney que só fazem dublar em seus shows, não gosto de cantoras da laia da britney spears, que só fazem dublar e se insunar em seus shows (se elas não se dessem ao trabalho de dublar, seria um show de pole dancing). é claro, esse é o meu gosto. e cada um tem o seu, respeitar isso é o importante. porque, como já dizia o Marcelo Anitelli, quando você descobre suas afinidades nas afinações da música, você se sente bem. eu me sinto bem ouvindo oswaldo montenegro, los hermanos e vinícius de moraes, ou amon amarth e korpiklanni. meu discurso sobre preconceito musical foi apenas pra apresentar (um mínimo) a diversidade de sons que existem no seu cotidiano, e você deve ter se revoltado quando eu critiquei aquele ritmo que você gosta. se sim, bom sinal, você vê a música como parte de você e não só como um conjunto de sons. por isso, não importa o que você escuta, mas como você escuta, e se escutar te faz bem. fiquem em paz, ouçam música, até amanhã.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

afinidade

como bom aluno do ensino médio da rede privada do Brasil, eu sou submetido à uma set de aulas que, por sua frequencia, são como sessões de tortura diárias. é meu tédio, meu cotidiano, meu ócio de cada dia, meu carma. os motivos dessa rotina são os mais variados, desde vontade divina até sistema de cotas, todos os fatores dos cosmos influenciaram para que minha vida matutina fosse essa: escola. resumindo, eu tenho todos os motivos do mundo pra ser internado numa clínica psiquiatrica, afinal, que ser vivente no mundo merece aula de segunda à sábado (tirando as quintas e sextas à tarde. e as provas na quarta. e o cursinho na segunda. e o estudo em casa). felizmente não é bem assim que as coisas funcionam. sabem, tem gente que vive procurando sinais de existencias divina dentro de templos ou de terreiros de macumba. eu não preciso ir tão longe. o tédio nosso de cada dia pra mim não é tão entediante assim. por favor, não me crucifiquem. é que eu tenho algumas coisinhas que fazem esse carma virar alguma coisa que beira o prazer. existem pessoas que prestam um espécie de assitencia técnica à nosso humor, pessoas que, quando você pensa que vai sucumbir ao tédio, te contam uma piada, seguram sua mão ou dão um tapa na sua cabeça. são pessoas que te fazem feliz. eu tenho amigos. é incrível a capacidade que, em grupos, temos de rir e fazer brincadeiras (principalmente com coisas sem graça, tipo a calça do professor ou um imã gigante). e essa capacidade de divertirmos uns aos outros gera afinidade. e afinidade gera compreensão e carinho, que geram amor. então, de repente, percebemos que chatos, temperamentais, cheios de frescuras e besteiras, extremamente irritantes, mesmo assim nós nos amamos. e uma coisa puxa a outra, dialéticamente, e fica tudo bem. é claro, essas palavras não dizem tudo, elas não falam sobre as brigas, não falam sobre os violões nem cobre os R.O.'s ou os banhos de piscina, tampouco sobre as festas ou as noites em claro conversando, nem nas caminhadas pela praia. tudo isso fica subentendido, escondido na nossa memória, escapando uma vez ou outra em pensamentos que com certeza nos farão sorrir.

domingo, 6 de junho de 2010

assombrado

há duas semanas eu assisti um filme, "atividade paranormal". "filmezeinho besta", pensei. deveras, era sábado pela manhã e 30 pessoas assistiam comigo. vã ilusão. há duas semanas eu não consigo dormir direito, imaginando passos, vendo a luminária balançar e a porta bater. acordo no meio da noite torcendo pra não ver meu irmão parado em pé ao lado da minha rede. me atormenta a dúvida: dormir com a luz acesa e ver tudo que acontece no corredor ou dormir com a luz apagada e ficar na expectativa que alguém (ou algo) venha e acenda. filme de terror fode com a gente. por mais que na hora a gente ria e deboche, a lembrança das piores cenas voltam a nossa mente, uma vez fechados os olhos. não consigo mais ficar em casa sozinho com as luzes apagadas. resultado: semana passada meu pai chegou em casa e todas as luzes estavam acesas. foram trinta minutos de carão, mas ele nunca vai saber que eu acendi porque tava com medo do escuro. o orgulho fode com a gente. o inferno é ficar horas acordado, sem conseguir dormir, pensando em espíritos e demônios, preso a sua rede pelo invencível tabu que é dormir no quarto dos pais. o calor fode com a gente. o inferno é não conseguir dormir, porque faz muito calor embaixo do lençol, e não conseguir tirar o leçol, pois faz muito medo no mundo lá fora. o tamanho fode com a gente. o inferno é não conseguir dormir, porque você tem que ficar acordado pra manter o pé dentro da rede. alguém pode vir e puxar (e a minha rede é pequena demais pra mim, ou seja, essa talvez seja a pior parte. a urina fode com a gente. o inferno é não conseguir dormir, porque você tá se mijando, mas tem que ficar preso a rede, pois ninguém sabe que tipo de monstros habitam o escuro e amedrontador espaço entre o quarto e o banheiro (malditos sejam os que tem suítes). mas por favor, não entendam errado. não é que eu tenha medo dessas coisas, vocês sabem que eu não acredito nisso. é só que é melhor previnir do que remédiar, e um pouco de cuidado não faz mal a niguém. fiquem em paz, vão à missa, e até amanhã, se ninguém puxar o pé de vocês.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

avolta, ou o milagre do mec.

o primeiro é o nome de uma ópera famosa, do verdi. eu nunca escutei. deveras, o meu gosto musical não é tão refinado assim, mas o nome, de certa forma, vem a calhar. lógico e evidente, vou ver se volto a escrever com certa frequencia novamente. os assuntos, porém, andam meio rarefeitos. vocês sabem, a gestão não mudou, logo as porcalhadas são as mesmas de sempre, promessas não cumpridas, ineficiência nos serviços, falhas, falhas, falhas. escrever sobre a mesma coisa sempre acaba transformando o escrever (minha fuga para o tédio) em parte da própria rotina entediante, então resolvi parar. mas às vezes uma atrocidade ou outra obriga a gente a retomar velhos hábitos. daí o segundo nome: " O milagre do MEC". Escadas pintadas, bancos reformados, novas placas por todo o colégio, será que alguém resolveu tomar vergonha na cara e combater a decadência física da instituição? não, gente, não se assustem. a direção continua o mesmo poço de lerdeza de sempre. é que vai rolar uma inspeção do MEC pra avaliar as instalações da faculdade, logo Dona Auxi resolveu dar uma retocada no visual do lugar, assim, do nada, na maior boa vontade. conhecidencia estranha. enfim, a gente não perde nada com isso, agora temos uma escada branquinha e placas indicando lugares para onde não podemos ir ("só pra faculdade"). as coisas nunca mudam. enfim, meu povo, meu núcleo de preocupação já se saturou desses assuntos fúteis, se eu ainda escrevo, não é mais pra reclamar, é porque eu gosto de escrever. espero que vocês gostem de ler o que eu escrevo. se não gostarem, tudo bem, também não tem como eu ficar sabendo mesmo. mudando de assunto, próxima semana começa a contagem regressiva pro seminário literário 2010, no qual o terceiro ano não tem a mais remota participação. mas eu, enquanto aluno, espero e pago pra ver o maremoto de trapalhadas que quase seicentos alunos e uma direção incompetente vão aprontar naquele pútrido recanto decadente que alguns ainda chamam de teatro (eu mudei minha opinião ao apresentar no Dix-uit, perdão). enfim, mesmo que não tenhamos boas apresentações, com certeza haverá algo para distrair-nos: uma falha, uma topada, um erro de português. é nessas horas qe eu penso: "Pobre Iata", pagará o pato sozinho, coitado. e o pior é que, tirando a direção estúpida e o teatro em decadencia, as peças e recitais (pelo menos as que eu vi), nem parecem ser taõ horríveis assim. é ver pra crer. qualquer um capaz de fazer uma apresentação melhor que "deplrável" naquela choupana e alguém digno de aplausos de pé. eu boto fé nas turmas e no professor Iatanilton pra salvar o seminário literário 2010 da iminente decadência. mundando de assunto uma última vez, partindo pro pessoal agora, eu tenho que falar isso: uma droga de música do Oswaldo Montenegro não sái da minha cabeça, e o foda é que eu nem sei a letra toda. fico mentalizando "nanananananananananananananananananana bandolins" (8) e tenho forte receio que isso acabe atrapalhando meu sonho. desculpem eu tive que desabafar. no meu intimo, foi uma tentativa de afastar a música-chiclete. não funcionou. detalhe, a música é excelente, na primeira oportunidade ouçam. disculpein us eru grãmaticau. sério, por favor, tô meio enferrujado. espero que vocês gostem da minha volta tanto quanto eu, espero que vocês gostem de música erudita mais do que eu, e espero que não tenha nenhuma música-chiclete grudada na cabeça de vocês. mas se tiver, que pelo menos vocês saibam a letra. se vocês não souberem a letra, não adianta escrever sobre isso, não vai sair. fiquem em paz, talvez amanhã tenha mais.