terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
sonho e frustração.
"O trabalho dignifica", disseram e cobraram no ENEM. não sei vocês, mas eu abriria mão da minha dignidade pra viver uma vida ociosa. eu vejo o trabalho como a forma mais provável de se ganhar dinheiro, mais fácil do que lutar contra a correnteza da probabilidade apostando na megassena ou esperando ser chamado pra o "topa ou não topa"*. e o pior de tudo é que a gente precisa de dinheiro. eu, por exemplo, preciso de muito dinheiro pra ser feliz. por favor, não me odeie por isso. não pense que eu estou jogando fora minha humildade, nem que eu não sei que a felicidade está nas coisas pequenas, nem que eu odeio os pobres e oprimidos. entendam, infelizmente é preciso dinheiro pra se ter o que se deseja. e o que eu desejo não é barato. veja: não preciso de luxo, não quero o glamour, não desejo o status. eu desejo ter uma casa na praia e uma casa na montanha, eu desejo tocar violão mal e cantar desafinado, mas bem alto. eu desejo comer uma boa comida caseira todo dia, uma comida próxima do sabor ideal e longe de conservantes trans, ou sei lá como chamam. eu desejo um bar com bons uísques, boas vodkas, boas cachaças, boas tequilas e uma caixa com muito engov. eu desejo ver o céu a noite sem o brilho irritante dos postes e desejo ver o sol nascer e se por, se eu acordar ou ainda estiver acordado a tempo. eu desejo ter um cachorro sem se importar se ele vai cagar na calçada do vizinho. eu desejo tomar banho em uma água livre de cloro e de esgotos, mas cheia de peixes ou de sal. eu desejo escutar boa música na altura que eu bem entender, eu desejo ler e escrever. eu desejo a arte, mas não o palco. desejo o único de forma trivial. eu desejo amigos sempre e toda hora em todo o lugar. amigos que me contem histórias e que me façam rir, amigos que briguem comigo e me façam crescer. e finalmente eu desejo uma amiga a quem eu dê especial atenção, deitado numa rede trocando histórias por dias a fio. eu desejo a liberdade de ser simples, e hoje isso custa caro. engraçado como o que outrora era o trivial, hoje se torna meu sonho de consumo. eu fico triste em saber que nunca vou ter tudo isso, pelo menos não dessa forma. a felicidade bucólica e sincera hoje, mais do que nunca, é utópica. a esperança está em encontrar com ela toda noite, depois de deitar e antes de dormir. afinal, não é porque está na minha mente que não vai ser real.
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Como sempre eu aqui lendo teu blog. Devo ser sua leitora nº 1 kkkk
ResponderExcluirEm relação ao texto, concordo. Bem que eu queria poder viver do ócio mas né, nossa situação já chegou a tal ponto que somos escravos do trabalho. Triste fim.