quarta-feira, 15 de junho de 2011
paciência
papai,eu não quero mais saber. me encheu até as tampas esse puritanismo hipocrita. me encheu até as tampas essa alienação voluntária. eu pensei em fugir pra praia, pro hawaii ou pra outra praia tropical qualquer, pra nunca mais usar camisa nem cueca e viver de sol e mar e reggae, com um violão e um culelê e uma prancha e uma garrafa de vodka ou de tequila, mas minha consciencia me doeu. pensei em fugir pro mato, pra alexandria ou pro interior de mato grosso, pra nunca mais usar tênis nem carro e viver de estrelas e ar e passarinhos, com uma viola e uma sanfona e um cavalo e uma garrafa de cachaça ou de vinho, mas minha consciência me doeu. pensei em fugir pro deserto, pro sertão ou pro texas, pra nunca mais usar xampú nem bermudas, e viver de estrada e brigas e rock 'n' roll, com uma guitarra e uma espingarda e uma harley davidson e uma garrafa de uisque ou de cerveja, mas minha consciencia me doeu. se abster não é solução, papai, mas não dá pra lutar contra o sistema. pelo menos não seguindo as regras. por isso, papai, carregue sua .38. eu vou precisar daquele bastão de baseball, daquelas correntes e de toda sua gasolina. e me de esse machado. me de aqui esse machado, papai, que eu vou resolver isso. o mundo lá fora me espera e minha consciencia não pode ficar esperando pela ordem natural das coisas.
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